segunda-feira, 21 de maio de 2007

A ligação

Meu celular tocou. Número privado. Quem será?
"Duda, é o Lu." Eu, sempre desligada: Luís?
"Não (risos) é o Lucas". Fiquei roxa na hora!
Eu: Oi Lucas, tudo bem?!
Lucas: Tudo ótimo! Achou que eu ia esquecer? Feliz aniversário! Onde vai ser a festa?
Fiquei toda arregalada. Já fui soltando o cabelo...
Eu: Ah, não vou fazer festa não.. meio de semana é complicado né... uns amigos disseram que vão passar aqui, tô esperando.
Lucas: Com certeza eles vão sim, você é uma pessoa muito querida.
Eu: Poxa, se quiser dá um pulo aqui também.
Lucas: Humm.. hoje não vai dar...
Fiquei A-R-R-A-S-A-D-A. Tava doida pra desabrochar a corujinha para ele hoje. Simplesmente o homem mais sedutor que eu já conheci em toda minha vida.
Lucas: Eu tô te ligando de Milão, vim para uma feira de arquitetura e quis te ligar pra não passar em branco. Bom, agora preciso ir. Quando chegar aí combinamos um café, pode ser?
Eu, quase muda: Hum-hum. Obrigado por ter ligado. Boa viagem.
Homens com ""L". Ô, sina.

Doze

Foram os telefonemas até agora. Saldo bom! Amigos queridos ligaram para desejar felicidades e tudo o mais.

A praga do chuchu

Alguém já cozinhou chuchu na vida? Estou traumatizada. Cheguei em casa mais cedo hoje; com a pata "danificada", não fui para a faculdade. E ainda mais porque era meu aniversário, ficaria arrasada de não receber nenhum "Feliz Aniversário" por mais falso que fosse na faculdade. Entrei faz um semestre e não tenho Orkut; ninguém saberia que hoje é meu aniversário. Fui inventar alguma coisa pra comer, lembrei do alface que comprei há dois finais de semana (um dos maços estava ótemo, o outro, morto.. os de alface roxa, pretos) e da carne moída light (ela só tem 5% de gordura) com quiabo que preparei ontem à noite. Mas só isso? Poxa, regime é cruel viu... Quase tentada a pedir um China in Box, lembrei que tinha chuchu pra caralho na geladeira. No mesmo final de semana do alface, estava eu na feira (ficava na puta que pariu, mas era barata pra cacete) perambulando com uma sacolinha toda charmosa, uma amiga e a mãe dela. Quase dentro do meu ouvido escuto: "Ó o chuchu, só cinquenta centavos".. Até pensei, nossa, que caro, cada chuchu por R$0,50?!? Que nada. Eram sete (7) chuchus por R$0,50. Não pensei duas vezes; soquei a mão no bolso da saia e paguei com cinco moedinhas de 10 centavos! Nunca havia preparado chuchu. Resolvi fazer de duas formas. Comecei a descascar com a faca grande. Não rolou. Peguei a pequenininha, foi tudo! Descobri que chuchu tem umbigo. E que a casca é dura. E que de repente ele começa a soltar uma baba na mão. Já comecei a torcer o bico para o chuchu. E tira a casca, e pica, e joga na água. Porra, como demora pra descascar chuchu! Coloquei quatro na panela grande, que já estava cheia de água. Misturei uma colherzinha de sal e liguei a boca do fogão. Sobraram três. Maratona parte dois: tira a casca, pica, joga na panela. Dessa vez fui inteligente. Botei azeite na panela. Dissolvi um envelopinho de caldo de legumes e joguei na panelinha pra ajudar o bichinho a cozinhar. Pronto, não demorou muito e esse da panelinha tava pronto antes do da panela com água. De repente comecei a sentir minha mão seca, meio que suja. Lavei. De frente para o fogão, mexendo a outra panela, senti a mão preguenta de novo. Porra, tava toda babada por causa do chuchu. Antes fosse só a baba melada.. nãaaaaooooo! A baba já tinha secadoooooooo! Esfreguei com a buchinha da pia e detergente; nada. lavei só com água; nada. Passei o pano de prato; nada. Já exausta da batalha contra a baba seca do chuchu, fui jantar. Jantar dos deuses. Chuchu, alface mimosa com azeite argentino de acidez máxima 0,5%; carne moída light com quiabo e.. adinvinha?!?! Chuchu! Se não fosse pela minha mão "ransosa" estaria mais feliz. Jantei assistindo novela das sete. Já não vejo mais tanta graça.
Meu pé tá doendo menos, tô relaxada.. resolvo olhar pra minha mão. É o começo do fim. Minha mão tá TODA descamada. Será que eu tenho alergia à chuchu? Tá uma beleza, tô parecendo uma Iguana albina sobrevivente a uma caldeirada de chuchu. É impressionante, a baba seca do chuchu criou uma segunda pele na minha mão. Fico esticando e fechando a mão e tá fazendo um craquelê nada decorativo! Lembra quando pequeno a gente passava cola líquida na mão, esperava secar mais ou menos e ficava batendo com o dedo da outra mão pra levantar uns fiozinhos? Tá igual! Mas não tem graça. E se isso não sair? E se eu tiver que ferver minha mão pra porra da baba poder sair? Tô perdida. Vou checar meu e-mail e ver quem lembrou do meu aniversário. Recebi flores. Crisântemos. Era velório ou aniversário? Não entendi bem. Foi do pessoal do escritório. Será que tem mensagem subliminar nas flores? Acho que eles querem ver meu osso. Chocada.

domingo, 20 de maio de 2007

Tô gorda

Fiz uma sopinha de pacotinho. Duas; 56kcal cada. Coloquei um pouquinho de carne moída, pra dar uma encorpada. Tô me sentindo gorda.

Pomba lazarenta

Final de semana perfeito. A festinha de aniversário foi bem legal. Eu conhecia somente a aniversariante e um casal de amigos gays. Tava tudo tranquilinho, um sanduíche de metro pairava sobre a mesa de jantar esperando ser atacado. Além do sanduíche, croquete e empadinha de frango. Pra variar, eu de dieta. Olhava para aqueles salgadinhos com raiva, tentando controlar minha mente para não sentir-me tentada a atacá-los e deliciar-me com aquela gordura saudável da farinha branca que grudaria no meu estômago e em menos de uma hora aumentaria meu peso em 5kg... Resisti. Nem tanto. Tomei vinho. Comi um pedacinho do sanduíche de metro e depois me convenci que não tinha comido praticamente nada o dia todo pra poder “beliscar” alguma coisa na festinha. Ainda bem que fui comedida e não exagerei. Balanço da noite: dois croquetes, duas empadinhas, 6cm do pão de metro. Tô bem.
Ontem senti que meu pé estava doendo um pouquinho. Passei a semana malhando pesado pra reduzir uns dígitos na balança, o que me rendeu uma bolha no dedinho do pé esquerdo. Que sorte. Tive que pegar leve na malhação e só fiz localizada, pra não forçar o pé. Na sexta à noite saí com uma amiga na missão de salvá-la de um amigo Inglês, que de acordo com a capacidade de premonição dela, ele tinha segundas intenções. Eu duvido. Pra mim, o cara é gay. Fomos para um barzinho encontrar com duas primas dela e a tia, e foi chegando um monte de gente. Caí na cerveja. Fiquei altinha. Tinha música ao vivo, um pobre coitado cabeludo – exemplo perfeito da espécie ‘ananaíra do cerrado’ – começou a tocar forró. Eu, com fogo na periquita logo levantei e fui achar parceiros para sacudir o esqueleto (no meu caso, o esqueleto está bem escondido por uma espessa camada de gordura. Prevalece a força da expressão). Lá vou eu dançar. Uma, duas, três músicas. Voltei pra cerveja. Dormi na casa da minha amiga, e quando chegamos famigeradas, atacamos uma cestinha de bolinhos de espinafre. Cama. Depois de dormir só 5 horas, acordei com uma dorzinha no pé. Passei um anti-inflamatório e fomos ao supermercado. Fizemos compras e ela me deixou em casa. O pé doía. Almocei e fui tirar um cochilo – lembra quando a puta me ligou por engano e me acordou? – e meu pé continuou doendo. Resumo: quando voltei da festinha de aniversário, o pé doía para caralho. Hoje acordei manca, praticamente aleijada. Mal conseguia apoiar o pé no chão. Moro com uma amiga e esperei ela acordar para me levar ao Hospital. Nada dela acordar, eu só escutava o nheco-nheco da cama – o namorado dela veio passar o final de semana em casa – mas relaxei. Voltei pra cama. Acordei de novo. Nem sentia mais o pé. Tomamos banho e fomos almoçar num restaurante natural. Me acabei de comer broto de alfafa. Achei um máximo terem feito doce de abóbora com adoçante! Cada ida ao buffet levava 40minutos. Eu parecia uma pata menstruada – por sinal, não desceu – mancando com o prato na mão, na mais bela interpretação do estilo "tá fundo, tá raso". Depois do almoço ela me deixou no Hospital. 40 minutos de espera. Médico meio grosso; afinal, domingo, plantão... Raio-X. Estagiária sendo orientada pelo Radiologista. Tenho paciência. Fiquei babando por um pai que tinha levado o neném para tirar um Raio-X do nariz. O baby caíra com o rostinho no chão. De repente chega a esposa do mais lindo homem de toda aquela sala de espera. Daí a minha cara caiu no chão. Lindo. Lindo. Lindo. A esposa: grávida do segundo filho. Tem amapoa que tem sorte mesmo viu. Peguei a “chapa”. Voltei pro médico. Não tem fratura. Não tem nada. Mas eu to com dor, caralho. Ok, a senhora tem uma calcificação no tendão e está inflamado, provavelmente pelo excesso de atividade física. Vai tomar uma injeção. Perguntei: na bunda? O enfermeiro educadíssimo respondeu: "Sim senhora, na nádega." Balanço da tarde no Hospital: cinco dias de molho. Coincidência? Eram os cinco dias que eu tinha pra perder todo o peso que insiste em habitar meu corpo, e que tem que sumir até sábado. Eu PRE-CI-SO entrar no meu vestido vermelho que comprei na Espanha a qualquer custo. Imagina ficar com as costas de fora e minha banha pulando pra fora do decote?
Estou eu na farmácia; o farmacêutico ficou puxando papo. Depois de ter comprado o remédio que vou tomar a semana toda, fui pra rua esperar minha amiga me buscar. Comçou a fazer frio. Vento frio. Eu esperando, só de camiseta. Claro que tava de calça, só quis dizer que estava sem nenhum casaquinho ao menos. Tô eu lá encostada no poste com a radiografia numa mão, o celular na outra e a sacolinha de remédios (sempre faço "compra do mês" em farmácia, não resisto); passa um carro: gostosaaaa. Ah, vai se fuder, moleque.. eu aqui cheia de dor, morrendo de frio, com o bico do peito duro por causa do vento gelado maldito. Logo depois achei um máximo ter sido chamada de gostosa, mesmo toda desgrenhada encostada num poste depois de passar horas no PS. Eu falo que geminiana é um problema...
Minha amiga não chegava. Comecei a observar duas pombinhas que descobriram comida no chão. Um "Ogro" acabara de deixar cair uma batata tipo chips no chão (porco) e saiu andando. As pombinhas - uma esguia e a outra repolhuda - começaram a bicar a batata. Fiquei revoltada. Por quê as Pombas podem se acabar de comer batata chips e eu não posso? E a maldita da pomba preta era magra! A outra cinza, a mais gordinha, insistiu num pedaço IMENSO de batata que a outra largou pra trás. Pensei comigo: lógico, né, a mais gorda.. vai insistir até comer TODA a batata. Teve uma hora que a batata intalou no bico da bicha, mas ela persistiu até quebrar em minúsculos pedaços e comer. Lazarenta. Odeio pombas.
Agora estou em casa, medicada, curativo na bunda, frio siberiano. Nada pra fazer. Nem pude me jogar na aula de gafieira que estava programada. Tudo bem. Essa semana vou comer menos ainda, já que não poderei fazer atividade física. Arrasada. Tenho que entrar no vestido.

Preciso de doce

Cochilei. Uma filha da puta ligou por engano no meu telefone: "Oi, chama a Érica?" Que ódio. Esse telefone não é da Érica, minha senhora. Desliguei o telefone. Levantei da cama morrendo de raiva e vontade de comer chocolate. Perdi o sono, mas era melhor levantar mesmo porque tenho um aniversário pra ir. Pra driblar a vontade de comer doce, cortei uma melancia e a comi inteira em frente a televisão, enrolada no edredon. Faz um frio glacial hoje. Nem sutiã consigo usar de tão duro que tá o bico do meu peito. Acho que vou ficar menstruada. Não é à toa que ando odiando tudo nos últimos dias.

Primeiro

Oi! Eu sou a Duda. Duda de Duda mesmo, não é apelido de nenhum nome composto. Duda, simplesmente Duda. Acho que minha mãe queria economizar até no meu nome - aliás, minha mãe é super econômica. "Fica mais fácil pra falar", diz ela. Acredita que pra não pagar despesas de parto, maternidade, essas coisas; quando soube que estava grávida, entrou para uma seita que uma amiga dela fazia parte. É um povo meio doido, que faz ioga o dia inteiro, só come coisa integral, não comem nada que tenha "face", mas comem peixe... peixe não tem cara? Enfim... Ela entrou pra seita porque descobriu que lá eles faziam o tal do parto na água, e são as 'mentoras' do lugar que são as parteiras. Sem cobrar nada, porque tudo que precisam recebem dos espíritos. Ok. Tudo o que ela tinha que fazer era doações de comida integral, salada ou outras coisas naturais. Como uma tia tem chácara, plantava batata, cenoura e por aí vai; minha mãe passava uns finais de semana na chácara da tia Bina e voltava com o 'carnê pago' para entregar na seita na semana seguinte. Foi assim que eu nasci, patrocinada por muita batata e salsinha. Acredita que até deixar a axila peluda minha mãe deixou? Fala sério...Bom, pelo menos eu nasci sem maiores complicações. Meu pai conta que chorava no dia do meu parto; nem tanto pela emoção, mas porque ele não acreditava que minha mãe tinha feito tudo aquilo pra economizar com despesas de gravidez e parto. Acho que foi isso que o traumatizou e o fez largar da minha mãe pra ficar com um garoto que tem metade da idade dela. Ok, não precisa achar estranho. Meu pay (oops, empolguei.. acho que pode, neologismo é chique né), digo, meu pai assumiu-se gay logo depois que eu nasci. Gostei disso: pay. Hahahaha.. Todo pai que é gay deveria escrever 'pay'. Ótimo.Bom, essa sou eu: Geminiana com ascendente em Peixes, nascida no dia 22 de maio de algum ano não muito distante de 2007 (acho muito indelicado querer saber a idade de alguém), cabelos loiros (quer dizer, pelo menos agora estão loiros; cansei de ser ruiva depois de 4 meses que pintei o cabelo azul que me fez cansar rápido), não muito alta nem muito baixa, somente 2kg acima do peso, olhos expressivos e boca bem servida; orelhas não muito grandes e unhas sempre pintadas. A cor da moda agora é ameixa. Sou filha de uma mãe um pouco doida, que entrou pra uma seita que fazia parto de graça só pra não gastar com a gravidez e de um pay (já adotei) que assumiu-se gay logo depois que eu nasci.Me considero feliz. Tenho alguns amigos, trabalho muito - não é bem o que eu gosto, mas foi o que encontrei pra conseguir me sustentar - falo Inglês, Espanhol, Francês, Italiano e um pouquinho de Alemão, apesar de odiar. Gosto de beber vinho, cerveja clara e St. Remy (meu lado baixo), evito carboidratos mas me acabo de comer batata frita quando não estou de dieta - o que é bem raro. As pessoas me acham engraçada, mas às vezes me acham desligada demais. Por quê não nasci um dia antes pra ser Taurina hein? Culpa da 'mentora Xanandra Alamona', que fez meu parto. Ela disse que a lua havia se recolhido mais cedo e que era melhor esperar o dia seguinte para que eu nascesse abençoada por Mercúrio. Acho que ela queria ter uma filha geminiana e transferiu tudo isso pra mim. Deixa pra lá.Sou um pouco inconstante e um pouco confusa. Odeio cardápio extenso, nunca sei o que pedir. Não gosto de cinema com muitas salas, é óbvio que sempre escolho o filme errado. Adoro dormir. Acho que ficar de olho aberto é uma perda de tempo irrecuperável. Às vezes falo demais. E acabo de perceber que escrevo demais também. Vou parar. Acho que não vou conseguir. Ou talvez consiga, porque estou trabalhando minhas deficiências ultimamente. Já tô parando.Vou ouvir um pouco de música e ler algo pra ver se bato um cochilo. Acabei de almoçar proteína de soja com tomate (sem sal) e ovos mexidos (sem sal); preciso emagrecer pelo menos 4kg até o próximo sábado. Não sei o que será de mim. Eu não devia ter comido aquele bolinho de espinafre ontem de madrugada. Talvez eu vá correr no parque mesmo debaixo de chuva.